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João Ubaldo Ribeiro conquista Prêmio Camões 2008. Imprimir E-mail

João Ubaldo Ribeiro conquista Prêmio Camões 2008. 

O escritor João Ubaldo Ribeiro conquistou no último sábado, 26 de julho, o Prêmio Camões 2008, considerado o mais importante concedido a autores da língua portuguesa. João Ubaldo, é o oitavo brasileiro a receber este prêmio, criado pelos governos de Portugal e Brasil, em 1988, para os autores que, pelo conjunto de sua obra, tenham contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa.

O Prêmio Camões 2007 foi entregue ao escritor na sexta-feira, 25 de julho, em cerimônia na qual esteve presente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula afirmou que o prêmio fortalece as "manifestações literárias da rica e diversa cultura" dos países lusófonos.

Questionado pelo
O Estado de S. Paulo sobre como se sentia ao ganhar, o escritor baiano disse: "Para ser sincero, eu não acho nada demais. Acho que ganhei porque mereço. Olha eu poderia dizer agora toda uma hemorragia verbal, dizendo o quanto estou surpreendido por ter ganho, mas não vou fazer isso. Eu ganhei porque eu mereci." Sobre o prêmio de de 100 mil euros, o autor de Viva o povo brasileiro (1984) comentou que a ajuda vai ser boa para complementar sua "aposentadoria de R$1.200". "Mas que ninguém pense que eu fiquei milionário", disse, entre risos.

Desde que foi instituído em 1988, outros sete brasileiros receberam o Prêmio Camões. O primeiro foi João Cabral de Melo Neto, em 1990, seguido por Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), Antonio Candido (1998) - o primeiro ensaísta brasileiro a ser contemplado -, Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003) e Lygia Fagundes Telles (2005).

Questionamento


No sábado, a agência de notícias Lusa informou que o vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, José Jorge Letria, questionou a decisão do júri, formado por Maria de Fátima Marinho, professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, pelo escritor brasileiro Marco Lucchesi e pelo poeta e jornalista angolano João Meio. Segundo a agência, Letria disse que "precisam ser apresentadas razões justificáveis" para o fato de o júri ter decidido analisar apenas escritores brasileiros neste ano.

Ubaldo disse que não soube da controvérsia. Ele foi jurado do prêmio em 1994, ano em que Jorge Amado foi o vencedor. "Na época, havia discussão sobre certas regras, como um rodízio entre países. Não lembro se definiram algo. Posso dizer que: a) Sou membro da Sociedade Portuguesa de Autores e ele [Letria] deve saber disso; b) Não tinha idéia de que se estava discutindo o Camões, porque não vivo pensando nessas coisas. Só sei que deram o prêmio e espero fervorosamente que não o tomem de volta", disse a
Folha de S. Paulo.

A editora Alfaguara começou a reeditar as obras de Ubaldo em abril deste ano, com Sargento Getúlio e Viva o povo brasileiro. Estão previstas novas edições do infantil A vingança de Charles Tiburone (1990), o ensaio Política: Quem manda, por que manda, como manda (1981), e a coletânea de crônicas Correio da noite.
 Fonte: http://portalliteral.terra.com.br/

 
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