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O que estou lendo: por Maria José Ribeiro Imprimir E-mail

Maria José Ribeiro, Doutora em Teoria Literária e professora do Departamento de Letras da FURB, comenta a obra "Bem-Vindo ao deserto do Real", do filósofo esloveno Slavoj Zizek, e publicado no Brasil pela Boitempo Editorial em 2003.

 

Sugestão da professora Dra. Maria José Ribeiro 

Movendo-se entre a crítica da cultura, a psicanálise, a análise cinematográfica e a política, o filósofo esloveno nos leva ao centro dos impasses do nosso tempo. O autor tem um estilo vertiginoso, atraente, e é um dos interlocutores mais importantes sobre o destino do pensamento político de esquerda na atualidade. É dele a famosa frase “com essa esquerda, quem precisa de direita!” - dita quando se referiu à atuação da esquerda no período posterior ao 11 de setembro. Para ele, a esquerda permitiu que a ideologia hegemônica se apropriasse da tragédia e impusesse uma “escolha de lado”, na guerra contra o terrorismo – o que, segundo o autor, tornou opaca a percepção do momento, em vez de permitir realmente pensá-lo. O crítico articula a dialética de Hegel com uma espécie de “clínica da cultura”. Para quem, como eu, não leu antes “O mais sublime dos histéricos: Hegel com Lacan”(Jorge Zahar, 1991), sugiro que vá direto para o posfácio da obra, assinado por Vladimir Safatle, que introduz o leitor nos caminhos dessa articulação. E o “bem-vindo ao deserto do Real”? - a frase do filme Matrix que dá título ao volume refere-se à grande busca pela realidade objetiva. Para Zizek esse é “o estratagema definitivo para evitar o confronto com o Real”. O filósofo defende tratar-se de uma busca falsa, revelando passo a passo, diante de um leitor maravilhado, o sofisticado jogo ideológico atual.

Maria José Ribeiro (Tuca) é professora de Teoria Literária na FURB.

 
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