Menu Content/Inhalt
Home arrow Artigos e ensaios arrow A construção espacial em Eurico, o presbítero de Alexandre Herculano
A construção espacial em Eurico, o presbítero de Alexandre Herculano Imprimir E-mail

A CONSTRUÇÃO ESPACIAL EM EURICO, O PRESBÍTERO DE ALEXANDRE HERCULANO COMO ÍNDICE DOS SENTIMENTOS DOS PROTAGONISTAS DA OBRA

Luzia Antonelli Pivetta
(Licenciada em Letras, Pós-graduanda em Estudos Literários/FURB)

O Romantismo foi inaugurado em Portugal por Garrett, em 1825, com a publicação do poema Camões.

Eurico o presbíteroRepudiando os clássicos, ou melhor, os neo-clássicos, os escritores românticos revoltam-se contra as regras fechadas, os modelos, e as normas tipicamente classicistas; batem-se pela liberdade da criação artística e defendem a mistura e a “impureza” dos gêneros literários.

Conforme Paulo Vizzioli (1985:139), para o Romantismo, “a razão devia brotar do sentimento, o grande impulso inicial que propiciaria a estruturação, de dentro para fora, das ‘formas’ adequadas”. Imerso em seu caos interior, o romântico acaba por sentir melancolia e tristeza que, cultivadas ou brotadas durante a introversão, o conduzem ao “mal do século”, ou seja, a busca dos sentimentos e da liberdade entra em choque com a realidade humana e, muitas vezes, gera a insatisfação, a depressão e a melancolia em relação ao mundo incompreendido. Daí sobrevém a terrível angústia, logo transformada em insuportável desespero. Para sair dele, o romântico vislumbra, em geral, duas saídas: a deserção pelo suicídio, ou a evasão para a natureza - vista por ele como um lugar puro e que gera a inspiração. É nessa natureza que, segundo Otto Maria Carpeaux (1985:162), “o senso histórico dos escritores românticos torna os ambientes mais precisos, mais exatos, pretendendo reconstituir o passado”. Tal aspecto figura nos romances históricos, em que a Idade Média é glorificada e as épocas pós-medievais são escolhidas só para descrever, com nostalgia, a derrota e o desaparecimento de tradições veneráveis.

Nesse contexto, inserem-se as obras de Alexandre Herculano, que foi o iniciador do romance histórico em Portugal, seguindo o modelo de Walter Scott. O romancista português fez reviver em suas obras as velhas tradições da vida medieval.

Um exemplo disso é a obra Eurico, o presbítero que trata da história de um jovem gardingo, Eurico que, frustrado pela proibição do seu casamento com Hermengarda, filha de Fávila, duque de Cantábria, troca a armadura de guerreiro pela batina de sacerdote, para curar-se do amor impossível. Em meio à questão amorosa, tem-se a invasão árabe na Península Ibérica. Ao lado das tropas cristãs se sobressai o heroísmo de um Cavaleiro Negro. Durante a invasão, Hermengarda é aprisionada pelos árabes e é salva por este cavaleiro que a leva para a caverna Covadonga. Neste espaço, dá-se a revelação, Hermengarda depara-se com Eurico, seu antigo amor, e este revela que o presbítero de Cartéia e o Cavaleiro Negro são a mesma pessoa, conseqüentemente, mais uma vez, seu amor é impossível de realizar-se. Ao saber disso, Hermengarda perde a razão e Eurico parte para um combate suicida contra os árabes. Este fato desvela um dos aspectos românticos: o suicídio e a loucura, como formas de evasão dos personagens.

Nesse contexto, pretende-se analisar as relações entre a figuração do espaço e a construção dos personagens no romance.

O espaço, a ambientação e os protagonistas

A narrativa é um objeto denso. Apesar de tudo é possível, através da análise, isolar artificialmente um de seus aspectos compositivos e estudá-lo, sem excluir os demais. Assim, é viável aprofundar a compreensão do espaço e da função que desempenha no romance. Segundo Osman Lins (1976: 72), “pode-se dizer que o espaço no romance tem sido tudo que, intencionalmente disposto, enquadra a personagem e que, inventariado, tanto pode ser absorvido como acrescentado pela personagem”.

Na obra de Herculano, o narrador situa o espaço geográfico por nomes de rios, vales, montanhas, países, etc. Ele localiza Cartéia, a morada de Eurico: “No Recôncavo da baía [...] ao oeste do Calpe [...] a filha dos fenícios [...] do estreito que divide a Europa da África” (p.21); o trajeto percorrido pelos árabes das montanhas do Bélon até Lastígi (p.66): “para os vales de Gales a Segância”, “nas margens do Críssus”; e o mosterio da Virgem Dolorosa (p.87), onde Hermangarda refugia-se para fugir dos árabes: “situado numa encosta [...], no topo da cordilheira dos Nervásios”. Vale ressaltar aqui a preferência por utilizar os nomes medievais dos lugares, acentuando o efeito de historicidade e de verossimilhança externa na obra.

Antônio Dimas (1985:38) ressalta que “durante o romantismo poetas e prosadores apresentam a natureza como um refúgio ideal para onde sempre corre o protagonista quando acometido pelo mal do amor”. Tal situação pode ser observada quando Eurico isola-se nas montanhas, buscando inspiração para a composição de seus hinos ou poemas e consolo para sua aflições: “encaminhando-se para os Alcantis aprumados à beira –mar [...] viam-no chegar às raízes do Calpe, trepar aos precipícios, sumir-se entre os rochedos e aparecer [...] sobre algum píncaro requeimado” (p.25). Pode-se observar que, para dar expressividade aos seus pensamentos e encontrar inspiração poética, Eurico necessitava de lugares amplos, espaços abertos, naturais, que lhe dessem liberdade. Por acreditar que o meio urbano, requintado e decadente, é impuro e corrompido, o escritor romântico passeia com seus personagens livremente pelas paisagens, como ressalta o próprio Herculano (2003: 26): “o poeta precisa viver num mundo mais amplo do que esse que a sociedade traça tão mesquinhos limites”. Na obra, a expressão: “vagabundo pelas campinas vizinhas”(p.27), que caracteriza Eurico, remete à idéia de um ser inadaptado que procura a solidão, e vê, no silêncio da noite, o seu refúgio: “em noites não dormidas, na montanha ou na selva [...]”(p.28). Isso já insinua a ligação íntima entre o espaço e a história do personagem, pois é nesse ambiente soturno que Eurico consegue sentir-se livre para compor seus hinos e meditar.

Antônio Cândido (1978:05) afirma: “torre, morro, pico de ilha, rochedo isolado, castelo elevado, o próprio espaço são lugares prediletos dos românticos, que neles situam os encontros do homem com seu sonho de liberdade ou poder”. Assim, pode-se observar que a natureza, ou seja, o espaço natural, passa a ser a expressão da criação e perfeição de Deus, a única paisagem sem a mão corrupta do homem na qual o romântico encontra o seu refúgio.

Ainda de acordo com Lins (1976:77), destaca-se, na caracterização do espaço, a ambientação, que o autor define como: “o conjunto de processos conhecidos ou possíveis, destinados a provocar, na narrativa, a noção de um determinado ambiente”. A criação de ambientes parece ser um dos elementos valorizados pela narrativa, na caracterização do espaço e na sua relação com os protagonistas. A descrição do Presbitério (p.21) - “edifício humilde, [...] cantos enormes sem cimento alteiam-lhe os muros” - dá uma idéia de simplicidade e degradação. Em seguida, “um teto achatado tecido de grossas traves de carvalho subpostas ao tênue colmo” revela a imponência e a solidez da arquitetura medieval, contrastando com a simplicidade antes descrita. O ambiente austero - “o seu portal profundo e estreito pressagia de certo modo a portada da catedral da Idade Média[...]” - sugere o aspecto de confinamento, que concretiza o sentimento de prisão que o sacerdócio imprime ao homem, neste caso a Eurico. Tal aspecto também é sugerido na descrição do espaço interior: “[...] as suas janelas, por onde a claridade, passando para o interior, se transforma em tristonho crepúsculo, são como um tipo indeciso e rude das frestas [...] por vidros de mil cores a luz ia bater melancólica nos alvos panos dos muros gigantes e estampar neles as sombras das colunas e arcos [...]” (p.22). Esse ambiente sombrio, representado pela falta de claridade, imprime ao personagem uma imagem melancólica, pois, na medida em que fora infeliz no amor, fechara-se para a vida e, desenganado do mundo, triste e já sem esperanças, procurava no silêncio desse espaço disfarçar seu infortúnio. A sensação de mistério impregnada no local também se estende a Eurico, que esconde seus segredos nas suas “[...]noites de agonia volvidas nos ermos do Calpe”. (p.23)

Através da descrição do Mosteiro da Virgem Dolorosa (p.87-88), pode-se observar, mais uma vez, que a ambientação revela a atmosfera fechada, na qual está inserida a protagonista Hermengarda e as monjas que nele habitam. Caracteriza-se por ser um lugar seguro, protegido da fúria dos invasores árabes. O local é praticamente inacessível, uma fortaleza: “os muros fortíssimos daquele vasto edifício, as suas portas tecidas de ferro e carvalho [...] os fossos profundos que o circundavam [...]”. A caracterização dos espaços interiores reforçam a idéia de refúgio intransponível - “grossos cantos de mármore” - de silêncio, calmaria e isolamento - “claustros pacíficos e saudosos onde nunca soara o ruído tormentoso da vida [...] silenciosa morada de virgens inocentes” – e combinam com os sentimentos de solidão, sofrimento e estado inacessível da protagonista. A alma de Hermengarda, acometida pelo mal do amor impossível e em profunda solidão, sofre calada, também não encontrando lugar para uma vida tranqüila em seu ser: ”[...] ainda não achei no mundo alma com quem me fosse dado repartir o cálix do infortúnio” (p.166). Portanto, pode-se dizer que este espaço está para a vida isolada e nostálgica da personagem. Além disso, é necessário levar em conta o próprio nome do mosteiro, “da Virgem Dolorosa”, como algo que caracteriza a personagem, que também era virgem, imaculada: “os lábios de donzela [...] o seu gesto angélico”(p.165); e sofredora: “[...] bem longo e atroz tem sido o meu martírio” (p.166).

Observa-se, então, que tanto Eurico, quanto Hermengarda habitam por lugares e ambientes que, de certa forma, ligam-se a eles.

Há também a ambientação de espaços naturais, como é o caso do trecho em que é apresentado o caminho percorrido pelo Cavaleiro Negro – Eurico – e os outros guerreiros que o acompanham, quando vão salvar Hermengarda que fora capturada pelos árabes. Nota-se que é o caminho perigoso, assustador e cheio de obstáculos - “mil acidentes de cordilheiras cortadas, algares profundos, gargantas selvosas, picos agudos, abismos e torrentes” (p.138) – que leva os amantes ao reencontro. Tal ambientação já cria expectativas sobre o desenrolar dos acontecimentos, sugere o triste destino dos mesmos e não deixa de ser uma metáfora do futuro de Eurico : “O seu presente e o seu porvir eram, [...] um precipício sem fundo, indelineável, tenebroso e maldito” (p.163).  A atmosfera que essa “natureza rude” apresenta “à luz da lua” é obscura, soturna, cheia de mistérios, assim como, de certa forma, fora a relação de Eurico e Hermengarda, pois, para a protagonista, após o episódio em que seu pai não consentira que ela casasse com seu grande amor, a falta de notícias fizera com que acreditasse que ele tivesse morrido, enquanto que Eurico acreditava que Hermengarda cedera sem resistência à vontade do pai. Portanto, permanecem mistérios e alguma obscuridade no pensamento de ambos, que só virão a ser esclarecidos no final do romance. A expectativa de morte também pode ser inferida no trecho: “a brancura desbotada e pálida do rochedo [...] a pretidão fechada dos pinheiros retintos na sombra da noite” (p.138). Devido às condições de angústia e insatisfação que estavam vivendo, os personagens desejam a morte, para Eurico: “A morte, esta idéia [...] pálida ou negra, veio suavizar o martírio daquela alma atribulada[...]” (p.164); já Hermengarda pressentia sua chegada: “porque bem sinto a morte chamar-me [...] Eurico a espera para o ‘noivado do sepulcro’[...]” (p.167). Vale ressaltar também que o ideal de morte e o amor eterno unem-se aqui numa metáfora bastante romântica.

O espaço se fecha mais com a caracterização da caverna Covadonga, local onde ocorre o reencontro dos protagonistas. É no interior desse ambiente que Eurico observa: “num recesso da gruta, formado pelos ressaltos das rochas [...] “um pano púrpura franjado de ouro pendia da abóbada natural preso nas estalactites seculares que dela desciam [...] a luz dos fachos mal alumiava aquele recanto afastado; mas nessa meia-claridade branquejavam roupas alvas de mulher [...]”(p.154), e recorda as aflições e desejos que o perturbaram quando salvara Hermengarda: “Por horas, que haviam sido para ele uma eternidade de ventura, o respirar daquela que amava como insensato se misturara com seu alento; por horas sentira o calor das faces dela aquecer as suas, e o coração bater-lhe contra o seu coração [...]”(p.162). O personagem necessita penetrar na profundeza do passado para compreendê-lo e renascer em uma nova etapa da vida. Segundo Chevalier/Gheerbrant (1998:214), “a caverna simboliza a exploração do eu interior, e, mais particularmente do eu primitivo, recalcado nas profundezas do inconsciente”. Portanto, a profundidade e a penumbra desse espaço vai se manifestar na alma de ambos os personagens e se tornará propício às revelações íntimas dos mesmos. A sedução da “meia - claridade” sobre as roupas de mulher cria cenário para que Eurico, instintivamente, aproxime-se de Hermengarda, envolvendo-se ambos numa situação impregnada de desejos: “O vulto cravara nela um olhar ardente que a fascinava [...] o repentino impulso de sua alma foi lançar-se nos braços de Eurico [...] reteve-a, todavia, o pudor [...]” (p. 167-169). Demonstra-se, assim, o fato de que, embora os protagonistas tenham renegado o seu passado a fim de sufocar um sentimento, ele vem à tona com mais força, e o espaço parece realçar isso. Ao mesmo tempo em que simboliza a exploração do eu interior, pode representar também a falta de saída, ou a falta de solução para o momento vivido pelos protagonistas – o sacerdócio impedia a realização do desejo amoroso – que culmina com as únicas formas de evasões possíveis naquele momento: a morte de Eurico e a loucura de Hermengarda.

Conclusão

As passagens analisadas indicam a importância da construção dos espaços na obra Eurico, o presbítero. É através da descrição do espaço geográfico, apresentado pelo narrador por nomes de rios, vales, montanhas, países, etc, que os personagens são enquadrados, ou seja, são situados em determinados locais, o que acentua o efeito de verossimilhança externa do romance, como é o caso da localização de Cartéia, morada de Eurico, os caminhos percorridos por árabes e godos, o mosteiro da Virgem Dolorosa, onde Hermengarda refugia-se dos árabes, etc.

Na caracterização dos espaços, pode-se observar a forma da ambientação, que se destina a provocar, na narrativa, a noção de uma determinada atmosfera e sua relação com os protagonistas. Nota-se os casos do Presbitério e Eurico – atmosfera de tristeza, agonia, infortúnio e a concretização do sentimento de prisão que o sacerdócio imprime ao homem; do Mosteiro da Virgem Dolorosa e Hermengarda – atmosfera de silêncio, isolamento, saudade e a concretização dos sentimentos de solidão, sofrimento e estado inacessível da mesma; da Caverna Covadonga e os amantes – atmosfera de soturnidade, obscuridade, de revelação de desejos, de falta de saída existencial, de solução que culmina com a morte de um e a loucura de outro.

Não se pode esquecer, é claro, da relação íntima dos personagens com os espaços naturais, por exemplo, de Eurico com as montanhas do Calpe onde costumava refugiar-se para compor seus hinos. Essa necessidade de buscar a natureza justifica o fato de que, como já dizia Herculano a respeito de seu personagem: “o poeta precisa viver num mundo mais amplo do que esse que a sociedade traça tão mesquinhos limites” (p.26). Ou seja, há uma necessidade de sentir-se livre, fora do meio impuro e corrompido da sociedade burguesa, ao contrário da outra construção “mais fechada” do espaço que deixa transparecer os desejos e preocupações dos personagens, com a morte e com o futuro, ou seja, a sua falta de perspectiva.

Portanto, nos espaços fechados, figuram, predominantemente, a exploração do eu interior, a falta de saída existencial e a impossibilidade de concretização dos anseios dos amantes, como é o caso da Caverna Covadonga. Já os espaços abertos representam o lugar da procura de uma resolução para um conflito vivido, da liberdade não encontrada nos fechados e tão desejada pelos personagens. Além disso, pode-se dizer que há na obra uma oscilação dos espaços, caracterizada pela ambientação, que revela as diversas atmosferas presentes: soturna, escura, úmida, fechada, ampla, etc, insinuando que os acontecimentos mais importantes ocorriam em “hora duvidosa entre a claridade e as trevas” (p.89). Sendo assim, a ambientação pode ser entendida como sinal da imaginação, da (trans)figuração do espaço pelo discurso literário.

Diante das considerações feitas, é possível concluir que a descrição dos espaços e a ambientação são de fundamental importância no desenvolvimento do romance Eurico, o presbítero, e na constituição dos protagonistas, uma vez que os aspectos analisados mostram o quanto o espaço pode influenciar, envolver, penetrar, localizar e demarcar a vida dos personagens numa obra.

Referências Bibliográficas

CÂNDIDO, Antônio. Tese e Antítese: ensaios. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1978.
CARPEAUX, Otto Maria. Prosa e Ficção do Romantismo. In: GUINSBURG, J. O Romantismo. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1985.
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. 12.ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
DIMAS, Antônio. Espaço e Romance. São Paulo: Ática, 1985.
HERCULANO, Alexandre. Eurico, o Presbítero. São Paulo: Martin Claret, 2002.
LINS, Osman. Lima Barreto e o Espaço Romanesco. São Paulo: Ática, 1976.
VIZZIOLI, Paulo. O Sentimento e a Razão nas Poéticas e na Poesia do Romantismo. In: GUINSBURG, J. O Romantismo. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1985.

 
< Anterior   Próximo >

Artigos já publicados

Bartleby e a potência do não.
Bartleby e a potência do não.
 

fotoUm dos mais instigantes contos de Herman Melville conta a história do escrivão Bartleby. No Brasil o texto já recebeu diversas edições, e uma das mais recentes foi publicada pela editora Cosac Naify, em edição conceitual, que obriga ao leitor uma postura ativa diante da obra. O Sarau Eletrônico publica a reflexão que o historiador Martin Kreuz realiza do conto e da edição da Cosac Naify sob a perspectiva da “potência do não”.
Leia mais...