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Diga não ao bullying Imprimir E-mail

capaCom uma linguagem voltada principalmente às crianças das primeiras séries escolares e ilustrações que estimulam a criatividade, a editora Vale das Letras lança a coleção de livros infantis “Diga não ao bullying”. Escritos por Nana Toledo e ilustrados por Guilherme Karsten e Sole Otero, os livros desta coleção são uma boa opção para familiares e educadores que desejam discutir o tema do bullying com seus filhos e alunos de uma forma inteligente, lúdica e problematizadora

Diga não ao bullying

Viegas Fernandes da Costa
Editor do Sarau Eletrônico

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A palavra “bullying” (originária do termo ingês bully) refere-se a todo tipo de constrangimento físico e/ou moral praticado a alguém por uma pessoa ou um grupo no contexto das relações interpessoais. A prática não é recente, muito pelo contrário, mas no Brasil vem recebendo a atenção especial da mídia, dos educadores e das famílias, principalmente após o caso conhecido como “Chacina do Realengo”, no qual um jovem invadiu armado uma escola do Rio de Janeiro, ferindo e matando diversos estudantes.

A literatura e o cinema em diversas oportunidades exploraram o tema do bullying, como é o caso, por exemplo, do romance “A cidade e os cachorros” (1963), obra que popularizou o escritor peruano e Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa. Em “A cidade e os cachorros” Llosa narrou as dificuldades, humilhações e desmandos sofridos pelos alunos do colégio militar Leôncio Prado. A obra, à época da sua primeira edição, chegou a ser queimada pelos professores do Leôncio Prado em praça pública.

Crianças e jovens são as pricipais vítimas de Bullying, e quando falamos em vítimas, não nos referimos apenas aos agredidos, mas também aos agressores. Por se tratar de um tema complexo, não há espaço para maniqueísmo. Na maioria dos casos a criança ou jovem que submete seu colega de escola ou de brincadeiras ao constrangimento físico e/ou moral através de ameaças, humilhações ou agressões físicas possui também um histórico de carências sociais, materiais ou afetivas. Carências que procura compensar por meio de algum atributo violento. Assim, ao refletirmos a respeito do bullying, principalmente no contexto escolar, o principal desafio é justamente considerar a complexidade do tema para que não se caia em soluções simplistas e ineficazes.

É neste sentido de compreender a complexidade do tema e de fugir dos maniqueísmos que a escritora Nana Toledo lançou uma série de seis livros que integram a coleção “Diga não ao bullying”, publicados pela editora Vale das Letras. Criativamente ilustrados pela argentina Sole Otero e pelo blumenauense Guilherme Karsten, “As cores da zebra”, “A mensagem de augusto”, “Me chame pelo nome”, “O touro e o porquinho”, “O príncipe Ranieri” e “Zeca no dia do brinquedo” contam histórias que retratam as diferentes formas de bullying, os sofrimentos que a prática provoca, suas causas e consequências. Para além, os livros apresentam agressor e agredido na condição de vítimas e propõem o diálogo, a solidariedade e a responsabilização da sociedade como possibilidades de resolução dos problemas vivenciados pela criança nas suas relações interpessoais.

Com uma linguagem voltada principalmente às crianças das primeiras séries escolares, e ilustrações que estimulam a criatividade, os títulos da coleção “Diga não ao bullying”, de Nana Toledo, são uma boa opção para familiares e educadores que desejam discutir a questão com seus filhos e alunos de uma forma inteligente, lúdica e problematizadora.

 
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