O que estou lendo: por Ricardo Correa de Souza
capaRicardo Correa de Souza, funcionário da Biblioteca Universitária Professor Martinho Cardoso da Veiga, indica e comenta o livro de Toninho Vaz, intitulado “Paulo Leminski: o bandido que sabia latim”, publicado pela editora Record em 2001.

Paulo Leminski: o bandido que sabia latim

Ricardo Correa de Souza
Servidor da Biblioteca Universitária da FURB

capaPara quem de Leminski só conhece a pedreira e o culto curitibano que se formou em torno de seu nome, essa é a chance de adentrar em um universo colorido e em constante metamorfose. Com uma escrita dinâmica e cativante, o livro cria a conexão explosiva com o universo criativo do cachorro louco de Curitiba. Tal qual Champollion, Toninho Vaz nos permite compreender os “porquês” e os “o que é isso?” que marcam as obras do poeta, tão conhecido e tão incompreendido.

Trata-se de uma espécie de mapa da mina que nos guia através do labirinto gramatical do “polaco” que ajudou a desconstruir os dogmas e caretices que impregnavam a produção literária e musical no Brasil da família, terra e tradição. A narração da sua vida é trespassada pela presença de figuras do naipe de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Humberto e Augusto dos Campos, Décio Pignatari, Alice Ruiz e tantos outros. O leitor fica fascinado ao reconhecer que a construção de uma identidade vanguardista nacional teve em sua gênese a impressão digital deste que é um vida louca de primeira hora.

Leminski não era só um poeta, era a essência de um artista, um dos maiores que já pintaram por aqui. O autor dessa biografia nos proporciona a grata satisfação de podermos, enfim, acompanhar todas as sacadas geniais do bandido que sabia latim.

Livro sugerido: VAZ, Toninho. Paulo Leminski: o bandido que sabia latim. Rio de Janeiro : Record, 2001.