Última alteração: 2016-10-04
Resumo
Nos dias atuais estão presentes em nosso cotidiano milhares de substâncias químicas sintéticas provenientes dos inúmeros avanços principalmente da indústria química. Com o crescimento populacional e os avanços da indústria, produtos são inseridos no comercio para suprir a demanda da população. São desde produtos farmacêuticos e de higiene até alimentos, que a população usa corriqueiramente, já fazendo parte da vida moderna.
Atualmente a qualidade das águas é um assunto que atrai a atenção de várias áreas de estudo, especialmente em relação à contaminação de mananciais pelos chamados poluentes orgânicos emergentes (POEs). Esses poluentes constituem compostos orgânicos sintéticos ou naturais, presentes nos bens de consumo, podendo ser encontrados em matrizes biológicas e ambientais, usualmente não monitorados ou então sem legislação especifica, mas que apresentam risco potencial ao meio ambiente e a saúde humana (COLLINS; SILVA; 2011).
Os compostos que integram os chamados POEs, mesmo quando corretamente destinados a estações de tratamento de esgoto, são de difícil degradação nos sistemas de tratamento convencionais, pois esses mecanismos se mostram pouquíssimo eficiente frente a algumas características destes compostos (NOLASCO; 2014).
Muitos compostos orgânicos presentes nos esgotos sanitários estão em concentrações da ordem de microgramas por litro (μg/L) ou nanogramas por litro (ng/L), mesmo assim exercem efeitos tóxicos sobre organismos vivos, com grande potencial de afetar a saúde humana. (LEITE et al; 2010).
O município de Brusque sofre com a ausência de sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário; é um grave problema que afeta os corpos hídricos que cortam o município. Atualmente, apenas uma parte da região central da cidade conta com o serviço de coleta do esgoto sanitário, sendo encaminhado ao rio Itajaí-Mirim (BRUSQUE; 2011).
O objetivo deste trabalho é verificar a presença de fármacos (como ibuprofeno, paracetamol, ácido acetilsalicílico (AAS), diclofenaco e cafeína) e hormônios (como etinilestradiol, estradiol, progesterona e levonorgestrel) no rio Itajaí-Mirim, originados de esgoto sanitário de instalações hospitalares na cidade de Brusque, localizada no Vale do Itajaí, no estado de Santa Catarina, Brasil.
As amostras serão tomadas do rio Itajaí-Mirim em seis locais diferentes, onde quatro pontos serão na zona de mistura onde a rede coletora despeja o esgoto sanitário oriundo dos bairros, um ponto a montante destes pontos e um ponto a jusante.
Após coletadas, as amostras serão preparadas (extração em fase sólida) para serem analisadas por HPLC.
Com os resultados destes estudos, pretende-se comprovar que os esgotos sanitários sem tratamento, principalmente os de origem hospitalar, causam grande contaminação com este tipo de poluente às aguas do principal rio da cidade, que além de ser seu principal manancial para abastecimento, também serve a outros municípios a jusante de sua bacia.
Palavras-chaves: POEs, HPLC, rio Itajai-Mirim