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Uso de Líquidos Iônicos no Tingimento Têxtil
Última alteração: 2016-10-04
Resumo
Em diversos setores da cadeia têxtil há elevado consumo de água, principalmente no de beneficiamento. Seus processos consomem grande volume de água e geram efluentes danosos ao meio ambiente com presença de corantes, alto teor de sais, auxiliares de estrutura complexa e pHs muito ácidos ou muito básicos. Utilizar líquidos iônicos como solventes ou auxiliares nos processos de beneficiamento têxtil visa buscar uma alternativa mais sustentável, já que os LIs podem ser recuperados ao final dos processos, não geram vapores e podem aumentar o rendimento dos tingimentos em relação aos processos tradicionais. O presente trabalho teve por objetivo aprofundar os estudos do uso de LIs como solventes e auxiliares nos processos de tingimento de tecidos, a fim de fornecer um maior entendimento sobre o efeito dos LIs nesses processos e suas interações com os corantes e as fibras têxteis utilizadas. Foram realizados dois tipos distintos de testes: de mancha, utilizando soluções 0,1g L⁻¹ dos corantes CI Reactive Blue 221 e CI Reactive Black 5 nos líquidos iônicos EMIM-DEP e DMIM-DMP aplicadas em forma de mancha diretamente nas amostras de tecido de malha 100% algodão, estas posteriormente submetidas a processo para fixação do corante em rama de laboratório nas temperaturas de 85, 100, 120 e 160 ºC; e testes de tingimento utilizando os líquidos iônicos como auxiliares no processo na concentração de 2 g L⁻¹, 0,5 % de corante (CI Disperse Red 1, CI Reactive Blue 221 e CI Reactive Black 5) e relação de banho 1:50 para tecidos multifibra 2DW ISO 105. Nesse último teste, os líquidos iônicos utilizados foram EMIM Cl, BMIM Cl, cloreto de colina e 2HEAA. Os tingimentos foram conduzidos via processo de esgotamento a 95, 110 e 130ºC por 60 min. Em ambos os testes, as amostras foram analisadas em espectrofotômetro de remissão CM-3610d (Konica Minolta) para obter o valor de K.S⁻¹ antes e após lavagem padrão conforme norma ABNT NBR ISO 105-C06:2010 e determinar, assim, a solidez da cor à lavagem. No caso dos testes de mancha, a solidez à lavagem e, portanto, a fixação de ambos os corantes no tecido foi muito baixa. O melhor resultado obtido foi no processo a 160 ºC com o corante CI Reactive Blue 221 e líquido iônico EMIM DEP. Já em relação aos testes utilizando Lis como auxiliares de tingimento, os resultados variaram de acordo com o corante: para o CI Reactive Blue 221, apenas o líquido iônico 2HEAA apresentou melhora significativa no K.S⁻¹ em relação ao processo tradicional (somente água) para as fibras de acetato de celulose e lã. No caso do corante CI Reactive Black 5, houve melhora na solidez da cor em relação ao processo somente com água para a fibra de poliamida utilizando-se os líquidos iônicos cloreto de colina, EMIM Cl e BMIM Cl. Para o corante CI Disperse Red 1, houve melhora na solidez da cor em relação ao processo tradicional para todas as fibras ao utilizar o líquido iônico 2HEAA.
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