Contextualização: A Diabetes melittus é uma das doenças crônicas de  maior prevalência na infância e na adolescência, sendo considerada uma condição sensível à Atenção Primária. Portanto, recomenda-se que a diabetes seja diagnosticada e monitorada pela equipe de saúde presente na Estratégia de Saúde da Família, ordenadora do cuidado na Atenção Primária à Saúde. As taxas de internações hospitalares são utilizadas como indicadores para avaliar a qualidade da assistência prestada na Atenção Primária, principalmente no que se refere às condições sensíveis à Atenção Primária. Objetivo: Avaliar a evolução das internações hospitalares por diabetes mellitus em crianças e adolescentes no estado de Santa Catarina, buscando possíveis associações com a taxa de cobertura da Atenção Primária à Saúde. Material e método: Trata-se de um estudo exploratório, de base populacional, do tipo ecológico de série temporal. Foram utilizados dados secundários de domínio público sobre as internações por diabetes mellitus em crianças e adolescentes  e a cobertura de Atenção Primária à Saúde em Santa Catarina, Brasil, referentes ao período de 1999 a 2012. A escolha do período justificou-se em função da concretização do Programa de Saúde da Família como estratégia norteadora da Atenção Primária à Saúde e modelo estruturante do sistema de saúde ter ocorrido a partir de 1998 e em função da indisponibilidade de dados acerca de estimativas populacionais referentes à faixa etária a partir do ano de 2012. Os dados sobre internação foram analisados a partir das Autorizações de Internações Hospitalares (AIH) aprovadas pelo Sistema Único de Saúde. Foram consideradas as internações com classificação de CID E-10.0 a E- 14.9 de crianças e adolescentes entre 0 e 19 anos residentes no estado de Santa Catarina. Os dados foram coletados a partir da base de dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), do Ministério da Saúde e do Departamento de Atenção Básica. Resultados: Observou-se que com o passar dos anos a cobertura de Estratégia de Saúde da Família apresentou aumento significante em todo o Estado no período estudado (13,61% em 1999 a 125,2% em 2012; p< 0,05). A  taxa de internações por Diabetes mellitus em crianças e adolescentes apresentou uma evolução não linear com diversas oscilações, sendo que no ano de 2012 ela foi superior ao ano de 1999. Conclusões: Os resultados mostram que houve um aumento significante na taxa cobertura da Atenção Primária à Saúde no Estado de Santa Catarina, no entanto este aumento não teve impacto na taxa de internação por diabetes na faixa etária pediátrica.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Hospitalização; Adolescente; Criança; Atenção Primária à Saúde.