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Proposta conceitual e metodológica para a Extensão Florestal em Santa Catarina
Roberta Ramos, Alexander Christian Vibrans

Última alteração: 2016-10-04

Resumo


A estrutura fundiária catarinense é caracterizada por pequenas propriedades nas quais a produção agrícola é realizada por agricultores familiares. Este público foi assistido pela extensão rural pública catarinense em seus sessenta anos de história. A presença da assistência técnica foi um dos fatores determinantes para que o Estado atingisse números expressivos na agropecuária por meio da difusão de tecnologias e capacitação das famílias rurais objetivando o aumento de produtividade e eficiência de processos. Historicamente a extensão rural pública desenvolvida no Estado teve atuação discreta na área florestal limitando-se à execução de algumas políticas públicas pontuais e descontínuas. Dados do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) estimam uma cobertura florestal atual de 27,8% do Estado. Ainda que aproximadamente um terço do território catarinense esteja coberto por florestas nativas, o alto índice de fragmentação é uma preocupação. De acordo com o IFFSC mais de 80% dos fragmentos florestais mapeados não chegam a 50 hectares. Em linhas gerais as florestas catarinenses apresentam-se perturbadas com elevado número de espécies pioneiras e secundárias indicando baixa riqueza e baixa frequência de espécies climácicas nobres.  Estes dados apontam para a necessidade de ações que visem proteção das florestas catarinenses. Neste contexto, o Grupo de Trabalho de Política Florestal de Santa Catarina (GT-PEFSC) instituído pelo CONSEMA em 2012 elaborou o documento intitulado “Diretrizes para a Política Florestal Catarinense”. Este documento propõe oito linhas de ação, entre elas a implementação de uma extensão florestal para o Estado com a função de capacitar e apoiar as ações de proteção, uso e valorização dos recursos florestais nativos. O presente trabalho tem por objetivo propor uma conceituação e metodologia para implantação deste serviço de extensão florestal em SC. Para formular a proposta foi realizada uma ampla revisão de literatura sobre a história da extensão rural brasileira e os sucessos da extensão rural catarinense e ainda uma pesquisa de opinião entre profissionais que prestam assistência a famílias rurais. Esta pesquisa foi feita por meio  da aplicação de um questionário eletrônico composto por 21 questões, sendo 16 objetivas e 5 questões abertas. Foram enviados 1200 questionários e obtidas 134 respostas, distribuídas em 67 municípios. Engenheiros agrônomos representam 59,7% da amostra, Engenheiros florestais 21,6% e 18,7% representam profissionais de outras formações. Dados preliminares apontam para divergência entre as opiniões dos dois maiores estratos de entrevistados acerca das políticas públicas florestais executadas bem como sobre como a extensão florestal deveria atuar, caso existisse. As análises apontam ainda para uma sobrecarga de trabalho sobre os profissionais da Epagri atualmente.

Palavras chave: Extensão Florestal; agricultura familiar; florestas secundárias; manejo florestal; espécies nativas.


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