A avaliação da maturidade dos processos permite analisar o desempenho de uma organização em relação a critérios específicos, identificar pontos fortes e fracos e tomar ações de melhorias, contribuindo para o desenvolvimento organizacional. O lean é uma filosofia para identificar e eliminar desperdícios por meio da melhoria contínua. O propósito desta dissertação é examinar a relação entre o grau de maturidade das práticas lean nas indústrias de manufatura catarinenses e o desempenho operacional. Por meio de um questionário eletrônico do tipo survey, profissionais da área de operações indicaram a extensão em que 38 práticas lean baseadas nos 14 princípios gerenciais da Toyota está implementada de acordo com cinco graus de maturidade, variando entre 1 – Não implantado ou implantando informalmente até 5 – Implantado, controlado e melhorando continuamente. Os respondentes também assinalaram em uma escala likert de 5 pontos sua percepção em relação a indicadores de desempenho operacional.  Resultados preliminares demonstram que a maturidade média das 59 indústrias pesquisadas está em 2,85, o que as leva para o nível 2 de maturidade, no qual as práticas estão em fase de implementação formal em uma área piloto, porém os resultados são muito instáveis. O envolvimento dos fornecedores no planejamento estratégico da empresa apresentou o menor grau de maturidade, com média de 1,68.  Por outro lado, a prática lean com maior grau de maturidade apresentou média de 3,83, e refere-se ao processo de desenvolvimento do produto que considera as necessidades dos clientes externos. O nível 3 indica que esse processo está implantado formalmente (documentado) em pelo menos uma área, e, apesar de algumas falhas na execução existirem, resultados positivos começam a aparecer. As demais práticas avaliadas foram classificadas no nível 2 de maturidade, demonstrando que as indústrias catarinenses já despertaram para a importância de se adotar práticas enxutas para eliminar desperdícios e, consequentemente melhorarem seu desempenho operacional, mas ainda se encontram numa fase inicial de implantação, na qual somente algumas áreas são envolvidas no processo e os resultados são instáveis. Além disso, os resultados de uma análise de regressão múltipla identificaram que, mesmo num estágio inicial, a adoção de práticas lean influenciam positiva e significativamente os indicadores de desempenho operacional, como custo, qualidade, flexibilidade e confiabilidade. Gestão visual e utilização de dispositivos à prova de erros na linha de produção para prevenir erros humanos, são as variáveis que apresentam maior poder de explicação para a redução de custos.  O desenvolvimento do produto que considera as necessidades dos clientes externos é o único fator de previsão significativo para a qualidade e a confiabilidade. Um processo de acompanhamento frequente do trabalho pelos líderes e a definição de critérios para seleção e avaliação de fornecedores foram os fatores de previsão mais significativos para a flexibilidade.