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O Sistema Único de Saúde e o Sistema Único de Assistência Social: Uma Articulação Possível
Camila Pappiani

Última alteração: 2016-10-04

Resumo


Essa pesquisa busca referências e possibilidades de fazer do trabalho intersetorial uma constante, visando o cuidado integral como parte permanente do processo de trabalho das equipes de saúde e de assistência social. As políticas de saúde e de assistência social parecem realizar intervenções independentes, organizadas de forma verticalizada e setorializada. Entretanto, para acompanhar as famílias atendidas abrangendo toda sua complexidade, é importante a realização de ações horizontalizadas que envolvam políticas públicas diferentes. Essa pesquisa objetiva analisar o processo de trabalho da proteção social básica do SUAS (Sistema Único de Assistência Social) e atenção básica do SUS (Sistema Único de Saúde), sua interface e potencialidades para promover ações intersetoriais, na perspectiva dos profissionais. A possibilidade da assistência social  estar  presente  em  ações de apoio matricial da saúde mental e da atenção básica, possibilitou  o  início  de  um  diálogo  e  a  proximidade entre os setores. Essa é uma pesquisa qualitativa, na modalidade de pesquisa-ação. Os sujeitos desse estudo são 40 indivíduos de diferentes categorias profissionais, dentre elas psicólogo, assistente social, educador social, médico psiquiatra, fonoaudiólogo, enfermeiro, médico clínico geral, odontólogo, técnico em enfermagem, agente comunitário de saúde e administrativo, atuantes em duas unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF), um Ambulatório Geral (AG), dois Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e três Centros de Atenção Psicossocial (modalidades infantil, adulto e álcool e drogas), em um município do Vale do Itajaí – Santa Catarina. Os dados estão sendo coletados nos encontros de apoio matricial da saúde mental nas unidades de atenção básica, e em encontros de trabalho agendados com os ESF, AG e CRAS. A análise do processo de trabalho fundamenta-se na abordagem ergológica. Os dados coletados estão sendo gravados, transcritos e analisados através da análise de conteúdo de Bardin. Participam da pesquisa apenas os profissionais que aceitaram assinar o Termo de Consentimento (TCLE). A pesquisa foi submetida ao comitê de Ética e aprovada com o parecer nº 1.652.948. A partir dos dados coletados até agora, percebe-se que as ações intersetoriais são restritas a projetos ou encontros específicos, necessitando do envolvimento ativo dos profissionais, não incorporada por todos como parte do processo de trabalho. Entretanto, muitos sinalizam que é uma lógica que deve ser incorporada ao processo de trabalho. Portanto, após o término dos encontros, espera-se que surjam novas percepções do potencial dessa proposta, possibilitando a ampliação das articulações intersetoriais.


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