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Influência Da Concentração Do Efluente Têxtil Na Produção Enzimática Do Ganoderma Lucidum Em Cultivo Sólido Frente À Descoloração
Juliane Andressa Chicatto, Hayssa Carolini Alamar Nunes, Marcel Jefferson Gonçalves, Cristiane Vieira Helm, Deisi Almajer Vaz, Lorena Benathar Ballod Tavares

Última alteração: 2016-09-22

Resumo


Neste trabalho foi estudada a atividade enzimática do fungo Ganoderma lucidum EF 31 cultivado em sistema FES (Fermentação em Estado Sólido), na descoloração de diferentes concentrações de efluente de uma indústria têxtil (Blumenau, SC). Os ensaios foram realizados em frascos de 1 litro, tendo como meio de cultivo em sistema sólido (leito fixo) 10 gramas de bainha de pupunha (Bactris gasipae) triturada, 20 mL de meio mineral e 60 mL de efluente final nas concentrações 0%, 25%, 50%, 75% e 100%. Os frascos foram autoclavados e inoculados com 1/6 de placa de Petri com micélio de G. lucidum e incubados a 28 ± 2 °C por 14 dias em ausência de luz. Amostras do meio foram coletadas para determinação da umidade (%) e para obtenção de um extrato aquoso para avaliação da atividade de enzimas oxidativas (lacase e manganês peroxidase), teor de fenóis, pH e percentual de descoloração. Todos os experimentos foram conduzidos em triplicata e realizada a análise de variância dos resultados. Os resultados mostraram que, para a variável descoloração não houve diferença significativa entre as concentrações de efluente. Esta informação é extremamente importante, tendo em vista que o fungo não sofreu o efeito inibitório deste efluente extremamente complexo, pelo contrário, pode ter sido um estímulo à produção de enzimas. Isto foi observado na enzima manganês peroxidase, onde, a concentração de 100% do efluente obteve maior produção enzimática que em outras concentrações. Já para a enzima lacase, a concentração do efluente não apresentou efeito significativo. Também foi constatado que a concentração de fenóis mostrou perfil decrescente e sem diferenças significativas nas diferentes concentrações. Isso é um indicativo de que a oxidação dos fenóis provenientes da bainha de pupunha foi efetiva. Tal comportamento pode ser devido a atuação das lacases na abstração de 1 elétron de fenol, em função da redução de Cu2+ a Cu1+. Que, por sua vez, reduz O2 a H2O, permitindo assim que a enzima atue de forma cíclica, enquanto houver fenóis e condições próprias para atuação. Os valores de pH no tempo inicial (0) foram aumentando de acordo com a concentração do efluente, devido ao pH do efluente ser muito básico. Logo, quanto maior a proporção de efluente, maior o pH do meio de cultivo. Já para os cultivos de 14 dias não houve diferença significativa, sendo que variou de 4,82 a 4,98. A umidade do sistema foi de 89%. Isso mostra a existência de estabilidade do meio de cultivo em cultivo sólido. O equilíbrio do sistema faz com que ocorra o funcionamento dos mecanismos bioquímicos de degradação das moléculas aromáticas dos corantes têxteis pelas enzimas que desenvolvem reações de oxi-redução expressas em células do fungo G. lucidum, tais como as lacases e a manganês peroxidase.


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