Última alteração: 2016-10-03
Resumo
A mesorregião administrativa do Oeste Catarinense – compreendida por 118 municípios e com uma população de 1.256.885 habitantes (IBGE, 2014) – é objeto de estudo de pesquisadores devido aos altos índices de produtividade, sendo responsável pelas maiores exportações brasileiras de carnes de aves e suínos, além de ocupar a primeira posição estadual na produção de itens como trigo, tomate, leite e carne bovina (EPAGRI, 2015). Esta região encontra tradicionalmente, contudo, dificuldades logísticas no escoamento de sua substantiva produção até os portos no litoral de Santa Catarina, o que diminui a competitividade do setor no mercado internacional (GRUNOW; GALLON; BEUREN, 2006). Dados do Instituto de Logística e Supply Chain mostram, por outro lado, uma diminuição relativa nos custos de transporte, com um significativo incremento relativo em custos logísticos, de 50% em armazenagem e de 46% em estoque no período 2005-2013 (ILOS, 2014), aumentando a importância da capacitação e treinamento dos profissionais de logística para atuarem nessas duas frentes, especialmente no controle e gerenciamento de cargas in loco, já que a grande maioria dos profissionais de logística atuando no mercado brasileiro tem sua formação in company, considerada ainda insuficiente e informal (PURVES, 2015). Dentre as funções dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, por outro lado, está justamente o compromisso de intervenção na suas regiões respectivas, identificando problemas e criando soluções tecnológicas para o desenvolvimento econômico sustentável das empresas e comunidades locais (PACHECO, 2009). Considera-se a intervenção da Instituição Universitária sobre a realidade local uma ação estritamente extensionista, na medida em que a busca investigar as condições objetivas para então propor soluções concretas (JEZINE, 2004). É objetivo deste estudo exploratório interpretar o cenário do mercado de trabalho do profissional de logística no Oeste Catarinense – incluindo na análise aspectos como a demanda por este profissional, a oferta disponível para sua capacitação, e a viabilidade para implantação de novos cursos – visando a recomendar alternativas. Os dados foram coletados através de consulta a fontes de livre acesso de organismos públicos e privados, com destaque para os Dados Socioeconômicos dos Municípios Brasileiros IBGE (2010); a Relação Anual de Informações Sociais – RAIS (MTE, 2013); o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (MEC, 2014); o Mapa das Escolas Técnicas Federais (MEC, 2015); a Listagem de Cursos Técnicos SENAI-SC (FIESC, 2015) e as Estatísticas da produção de Frango e Suínos (ABPA, 2014). O tratamento dos dados foi descritivo, devido às diferenças na natureza da formatação dos bancos de dados de cada um destes órgãos. Resultados apontam carência de oportunidades de capacitação na área de logística na região Oeste, com importante demanda por este profissional, concluindo-se vantajosa a abertura do Curso Técnico em Logística na modalidade a distância, não apenas pelo baixo investimento necessário, como pela presença de Institutos Federais na região.