A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma preocupação de longa data na Educação Brasileira. Na maioria, os estudantes da EJA são pessoas que estão no mercado de trabalho e necessitam de um processo de ensino que contemple as suas experiências de vida. Buscaremos compreender como a matemática é realizada na prática laboral dos trabalhadores da construção civil, utilizando sua base cultural como ponto de partida para inserção dos conteúdos da matemática escolar. A matemática vivenciada pelos trabalhadores da construção civil é feita pela observação e repetição das atividades cotidianas, porém os mesmos não percebem a importância da matemática escolar em suas práticas diárias. Neste sentido, a Etnomatemática procura valorizar os saberes matemáticos, intuitivos e culturais dos grupos com os quais trabalhamos. Este trabalho apresenta uma pesquisa cujo objetivo geral é investigar as contribuições da Etnomatemática para um processo de Ensino de Matemática, para Jovens e Adultos, que vincula práticas cotidianas de construção civil e o ensino da Matemática escolar. Esta investigação, de caráter qualitativo e participante, está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática (PPGECIM) e foi aplicada na Educação de Jovens e Adultos (EJA), envolvendo uma turma do terceiro ano do Ensino Médio, do Núcleo Avançado de Ensino Supletivo (NAES) de Itapema – SC. Os instrumentos de coleta de dados foram: entrevista, questionários, registros na forma áudio e vídeo contendo depoimentos dos estudantes. Os dados coletados foram analisados e interpretados a partir das dimensões da Etnomatemática. Foram também analisados episódios em contexto profissional da construção civil, nos quais a Matemática encontra-se de forma implicitamente emergindo, evidenciado os saberes matemáticos praticados pelos trabalhadores da construção civil. Na análise de dados, foram encontradas informações que estão relacionadas às seguintes dimensões da Etnomatemática: política, educacional, cognitiva, histórica, conceitual e epistemológica. Como conclusão, o autor, aponta que a convivência diária com a prática profissional dos estudantes é o ponto inicial para o educador conseguir encontrar relações entre a Matemática do cotidiano e a Matemática escolar. Além disso, a prática docente contextualizada e relacionada com conteúdos formais de matemática favorece a participação dos estudantes da EJA. Nesta pesquisa sistematizamos, na forma de produto educacional, a prática letiva da Matemática cotidiana com a Matemática escolar numa abordagem próxima do cotidiano dos estudantes do ensino da Educação de Jovens e Adultos, podendo inspirar futuras práticas docentes a serem utilizadas no contexto educacional, tanto na Educação Básica quanto na Educação Superior.