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Evolução temporal do estado nutricional de estudantes em regime de internato em uma instituição de ensino federal
Sarita Martins Camiña Reinicke, Deisi Maria Vargas, Carlos de Oliveira Nunes

Última alteração: 2018-02-06

Resumo


O excesso de peso está se tornando um dos principais problemas de saúde pública no mundo, tendo sua prevalência aumentado inclusive em idades cada vez mais precoces. A alteração nos padrões alimentares, como o aumento do consumo de açúcares simples, alimentos industrializados e baixa ingestão de frutas e hortaliças, associado a outros fatores, como a falta da prática de atividade física, por exemplo, contribui para o aumento de peso nesse grupo populacional, aumentando também o risco do surgimento ou manutenção das doenças degenerativas na adolescência, as quais podem interferir na qualidade de vida do futuro indivíduo adulto. A escola pode ser considerada um espaço privilegiado para promoção de saúde, especialmente quando os alunos passam a maior parte do dia, ou ainda quando moram no ambiente escolar, também conhecido como regime de internato. As intervenções direcionadas a formação de hábitos saudáveis podem tornar o ambiente escolar favorável ao consumo de alimentos adequados e incentivar a prática de atividade física. Nessas condições o acompanhamento específico do estado nutricional assume um papel importante como ação de promoção de saúde. Assim, o objetivo do estudo foi avaliar as mudanças no estado nutricional dos estudantes de uma Instituição de Ensino Federal do Alto Vale do Itajaí durante a permanência no internato, e avaliar possíveis impactos da alimentação oferecida pela instituição no estado nutricional dos seus estudantes. O estudo tem uma abordagem quantitativa, de natureza observacional, transversal e longitudinal, realizada com 321 adolescentes entre 14 e 19 anos. Para definir o estado nutricional dos estudantes, foram relacionados os dados de peso corporal e estatura através da fórmula IMC = P/A2, e os dados foram transformados em percentil e escores-z segundo sexo e idade. A análise transversal mostrou que no momento do ingresso na instituição o percentual de excesso de peso variou de 19,32 a 29,36%, enquanto o baixo peso não ultrapassou os 3,5%. Na análise longitudinal, não foram observadas diferenças significantes no peso e IMC ao longo da permanência dos estudantes na instituição, assim a alimentação oferecida pela instituição não alterou o estado nutricional dos alunos. Portanto, o estudo concluiu que um quarto dos estudantes matriculados em regime de internato e semi-internato da instituição avaliada apresentou excesso de peso e um percentual pequeno foi classificado como baixo peso. Não foram observadas diferenças significantes no peso e IMC ao longo de sua permanência na instituição. Desta forma a alimentação oferecida não alterou o estado nutricional dos alunos, o que indica que a alimentação atendeu as necessidades de maior parte da população estudada. Por outro lado, assim como a alimentação não interfere de maneira significante na alteração do estado nutricional dos alunos, também não tem contribuído para melhora da alimentação e do estado nutricional daqueles alunos que se encontram nos extremos da tabela de classificação.


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