Última alteração: 2018-02-06
Resumo
A desigualdade de gênero está presente em várias esferas sociais e, vai desde a família, educação, saúde, trabalho. Infelizmente essa realidade frente ao mercado de trabalho, é perceptível em qualquer economia. Entretanto, em alguns países como no caso do Brasil, essa dispersão em relação aos rendimentos mostra-se bem elevada. Além disso, é importante destacar que a questão da desigualdade de gênero no trabalho, é debatida em praticamente todos os países do mundo. Vale ressaltar que na área de Ciências Sociais Aplicadas a presença das mulheres já ultrapassa a quantidade de homens. Diante desse contexto, o estudo teve por objetivo, analisar as desigualdades de gênero na área de Ciências Sociais Aplicadas no mercado de trabalho brasileiro. Para tanto, realizou-se uma pesquisa descritiva, documental e quantitativa no período de 2013 a 2015. A população do estudo compreendeu os profissionais da área de Ciências Sociais Aplicadas (Administrador, Contador e Economista) de todo o Brasil, perfazendo um total de 143.468 observações. Já a amostra, constituiu-se de 142.531 observações de todos os Estados do Brasil. Os dados foram coletados no sítio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e dizem respeito a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), na qual incluem-se diversas informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Foram utilizadas as informações sobre o gênero, cargo, idade e remuneração mensal desses profissionais. Os resultados foram obtidos a partir do Teste t de médias para comparar amostras emparelhadas no intuito de relacionar o gênero em cada uma das profissões com a remuneração e idade. Para o Teste t utilizou-se o software SPSS®. Diante dos resultados, verificou-se que com relação a variável idade, o estudo apontou nos três anos analisados, maior variação de idade entre os gêneros da área contábil, menor variação de idade entre os gêneros da área da Administração no ano de 2015 e menor entre os gêneros da área da Economia nos anos 2013 e 2014. Já no que tange a variável remuneração, o estudo apontou que o Administrador possui menor desigualdade de gênero em todos os anos analisados, o Contador apresentou maior desigualdade em 2014 e 2015 e o Economista apresentou maior desigualdade em 2013. O estudo apontou também que se comparado 2013 com 2015, todas as áreas mantiveram um decréscimo na desigualdade dos gêneros, porém os profissionais da Economia apresentaram diminuição relevante dessa desigualdade ao longo dos anos analisados. Diante dos resultados, conclui-se que em relação ao problema de pesquisa e o objetivo, nos três anos analisados ainda há desigualdade de gênero em relação a profissão do Administrador, Contador e Economista no mercado de trabalho brasileiro, contudo, vem diminuindo gradativamente.