Portal de Conferências da FURB, 2° Fórum Integrado da Pós-Graduação

Tamanho da fonte: 
Avaliação dos métodos analíticos para a extração multirresíduos de agrotóxicos em arroz por cromatografia líquida acoplada ao espectrômetro de massas tandem
Ana Paula Floriani, Martinho Rau, Andrey Martinez Rebelo, Cassia Katlin Reinke

Última alteração: 2018-02-06

Resumo


O Estado de Santa Catarina possui uma das maiores produtividades de arroz do Brasil. No Alto Vale do Itajaí, a produtividade atinge 15 ton por hectare em um único cultivo. Nas demais regiões, como Médio Vale, Baixo Vale e Litoral Norte, a produtividade é de 10 a 12 ton por hectare1. Para garantir a qualidade e a produtividade dos grãos de arroz, além de novas variedades de plantas, torna-se comum o uso de agrotóxicos nas plantações. O Brasil é considerado desde 2014 líder mundial no consumo de agrotóxicos. Só para a rizicultura existem 100 princípios ativos liberados pela ANVISA2. Neste trabalho avaliou-se os efeitos dos fatores nas extrações multirresíduos de agrotóxicos em arroz in natura, utilizando método QuEChERS modificado. Os agrotóxicos avaliados foram: Ácido 2,4 D, Azoxistrombina, Carbendazim, Ciproconazol, Metil-cresoxim, Difenoconazol, Epoxiconazol, Fipronil, Imidacloprida, Malaoxon, Malation, Metilparaoxon, Picoxistrombina, Metil-perimifós, Tiabendazol, Tiametoxan, Tiobecarb e Trifloxistrombina, sendo avaliados por LC-MS/MS da marca Agilent, utilizando como fase móvel acetonitrila 95 % e água 5 % + água com 0,1 % de ácido fórmico, e uma corrida de 15 minutos. Foram utilizados dois modelos de planejamentos baseados no método QuEChERS. Para o planejamento 1foram avaliados a temperatura, etilenodiaminotetraacetato de dissódico (EDTA) e sulfato de magnésio (MgSO4). Foi utilizado o planejamento fatorial 23 com ponto central, totalizando 18 experimentos. Para cada experimento foram pesados 5 g de arroz in natura, devidamente moído e peneirado (32 mesh), adicionados em tubo Falcon (50 mL) e fortificado com o padrão de agrotóxicos preparado anteriormente por 3 h. As extrações foram feitas com 10 mL de acetonitrila. Para a etapa de limpeza foram utilizadas 3 mL do sobrenadante, 200 mg de MgSO4 e 50 mg de sorvente amina primária secundária (PSA). No segundo planejamento foram avaliados EDTA (0 – 1g), acetato de sódio (0 – 0,5 g; efeito tampão pH 5) e tempo (10 – 30 min) de irradiação de ultrassom como forma de energia para o meio extrator. A quantidade de amostra, fortificação, solvente extrator e etapa de limpeza foram mantidas como no planejamento 1. Em comparação a todos os ensaios verificou-se que a temperatura foi o fator de maior contribuição para a extração dos agrotóxicos, sendo que as maiores temperaturas promoveram as maiores recuperações. Este comportamento pode ser devido a energia cinética fornecida ao meio extrator, possibilitando maiores interações do solvente com os agrotóxicos. MgSO4 e EDTA não apresentaram influência, possivelmente devido a baixa quantidade de água no arroz. A irradiação mostrou resultados semelhantes a temperatura, comportamento este não esperado, pois a irradiação fornece energia adicional ao meio extrator3, mas pode ter ocasionado a compactação da matriz, dificultando as extrações. As recuperações foram menores que 70%, como recomendado pela ANVISA. Isto pode estar relacionado com as características da amostra, como composição química (amido) e a compactação no fundo dos tubos Falcon durante a extração, minimizando o contato do solvente com os agrotóxicos.

Texto completo: Sem título