Portal de Conferências da FURB, III Semana da Pós-graduação em Química e XXIII Semana Acadêmica do curso de Química da FURB

Tamanho da fonte: 
Atividade antibacteriana de extratos obtidos das folhas de Myrcia splendens
Camila Jeriane Paganelli, Flavia de Mello, Milena Paim, Michele Debiasi Alberton

Última alteração: 2018-08-17

Resumo


INTRODUÇÃO: Myrcia splendens (Sw) é popularmente conhecida como “guamirim-de-folha-fina”, sendo a espécie mais bem distribuída de Myrcia, com ocorrência em todos os estados do Brasil. Nas últimas décadas os problemas relacionados a resistência bacteriana tornaram-se muito maiores, onde as bactérias patogênicas e até mesmo fungos desenvolveram diversos mecanismos de defesa contra agentes antimicrobianos. Desta forma, há uma crescente necessidade de novas descobertas e aperfeiçoamento desses agentes antimicrobianos.

As folhas foram secas, moídas e maceradas por sete dias em álcool 70%, acetato de etila e diclorometano, obtendo-se respectivamente os extratos bruto hidroalcoólico (EBH), acetato de etila (EAE) e diclorometano (EDCM). Para a atividade antibacteriana as amostras foram diluídas em dimetilsulfóxido 10%, na concentração de 40 mg mL-1. Os extratos foram avaliados contra três bactérias: Escherichia coli (ATCC 25922), Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853) e Staphylococcus aureus (ATCC 25923), pelo método de microdiluição em caldo, com placas de 96 micropoços ³. As amostras foram colocadas na microplaca numa diluição seriada de ordem dois, com concentrações variando de 1000 μg mL-1 até 7,81 μg mL-1. O inóculo bacteriano foi preparado na escala 0,5 de McFarland (108 UFC/mL) , e adicionado (10 μL) a cada micropoço. Quatro poços de cada microplaca foram reservados para a realização do controle negativo e mais quatro para o controle de esterilidade do meio de cultura. O controle positivo foi o antibiótico gentamicina (40 a 0,31 μg mL-1). As microplacas foram incubadas aerobicamente a 37°C ± 1°C, por 24 horas. Após a incubação, o crescimento bacteriano foi verificado adicionando-se 10 μL de uma solução metanólica de cloreto de 2,3,5-trifeniltetrazólio (5 mg mL-1) em cada micropoço. A concentração inibitória mínima (CIM) foi definida como a última concentração da amostra capaz de inibir o crescimento bacteriano. Para avaliação antibacteriana foram utilizados critérios segundo Machado et al. A amostra que apresenta CIM menor que 10 µg mL-1 foi considerada com atividade antibacteriana excelente; valores entre 10 e 100 µg mL-1 foram considerados bons; valores entre 100 e 500 µg mL-1 foram considerados com atividade moderada; valores entre 500 e 1000 µg mL-1 atividade fraca e para valor de 1000 µg mL-1 a amostra foi considerada inativa.

O EBH apresentou atividade boa contra S.aureus e moderada contra E.coli e P.aeruginosa. O EAE demonstrou atividade boa contra P.aeruginosa e moderada contra E.coli e S.aureus. O EDCM apresentou atividade moderada contra E.coli e P.aeruginosa e fraca para S.aureus.

Os melhores resultados obtidos foram contra a bactéria P. aeruginosa, sendo o EAE o que apresentou menor CIM. Estudos mais aprofundados estão em andamento para auxiliar na elucidação dos mecanismos da atividade antibacteriana e e dos compostos ativos nos extratos.

AGRADECIMENTOS: FAPESC; FURB