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Avaliação de propriedades físico-químicas de filmes formados por polipropileno e resíduo regenerado da indústria de alimentos
Última alteração: 2018-08-27
Resumo
Resíduos industriais são decorrentes da produção em massa, sendo muitos deles ainda destinados a aterros industriais. Isso porque não possuem comprovadamente utilização viável econômica ou científica; permanecendo na classe de resíduo. Dependendo da natureza do resíduo e de como o mesmo será descartado, ele poderá se tornar um problema ambiental, já que nem sempre o seu descarte é de forma correta. Atualmente vem se buscando novas alternativas para o destino destes resíduos. Um exemplo disto são os compósitos, materiais formados por uma fase contínua, denominada matriz; e outra fase dispersa, também conhecida como carga. E são justamente estas cargas que podem ser substituídas, saindo das convencionais para as alternativas, sendo este o objetivo principal deste trabalho. A bentonita, que será utilizada como carga, é uma argila utilizada na clarificação de óleos vegetais, tornando-se um resíduo industrial após seu uso. Portanto, faz-se necessário um estudo de viabilização para um destino que seja economicamente e ambientalmente correto. Para tal foram preparados filmes de compósitos de polipropileno (PP), adicionando-se como carga resíduo da clarificação de óleo vegetal (RC), empregando-se o método de intercalação. Durante a preparação do RC, determinou-se o seu poder de clarificação, através de sua perda de massa após a calcinação. Com os corpos de prova obtidos, contendo de 0 a 20% em massa de carga, foi realizada a caracterização dos filmes, através da sua densidade bem como a dureza Shore A e DSC. Foram avaliados também parâmetros físico-químicos como: cinética de intumescimento e o teor de água, bem como a estabilidade química dos compósitos em diferentes valores de pH, empregando-se a técnica gravimétrica. O poder de clarificação ficou de acordo com os dados obtidos na literatura. Os resultados obtidos nas avaliações de dureza indicaram que conforme aumentou-se a incorporação da carga ao meio, a resistência ao risco não foi prejudicada, mantendo-se inclusive em alguns casos igual ao polímero puro. Já os resultados da densidade mostraram que a incorporação da carga diminui ligeiramente a densidade dos filmes. Já na análise do DSC, foi observado uma quantidade menor de calor necessário para ocorrer a fusão do material, quando o mesmo possuir em sua composição, a carga de RC. Os filmes atingiram o equilíbrio de intumescimento apenas no 19º dia, onde foi possível observar que a carga RC é responsável por boa parte do intumescimento, que chegou a um máximo de 2,70 % na composição 80/20, tornando assim o filme mais hidrofílico. Quanto maior a adição de RC no filme, maior o teor de água presente, chegando a 2,62 % ao máximo também na composição 80/20. Na estabilidade química em diferentes meios de pH e tempos, todos os filmes tiveram as maiores perdas de massa no meio ácido, podendo ser devido a interação do meio ácido com o RC, entretanto é a uma perda muito baixa, de 0,32 e 0,28 % nas composições 90/10 e 80/20 respectivamente, no período de 60 dias em meio ácido.