O trabalho é um relato de experiência cotidiana vivida e construída em duas instituições de educação infantil públicas do município de Blumenau/SC, a partir de fios que tecem os quais geraram e geram encontros que construíram coletivos. Esses coletivos tinham e tem a intenção de pensar infâncias a partir de outros olhares, pensar a criança e suas possibilidades no espaço-ambiente, colocando-se contrário as formas de pensá-la, tão somente, como aluno. Cientes da necessidade de problematizar os espaços e neles os movimentos do currículo a partir de uma concepção de criança ativa e competente. Imaginar o planejamento sempre igual, como se as crianças fossem as mesmas e que seu tempo e espaço não se modificassem, é pensar em um planejamento engessado, tendo como objetivo principal a produção de um jeito homogêneo de ser, estar, agir buscando construir uma identidade. Quando refletimos sobre os movimentos optamos por outro percurso: rivalizar com a produção em série, com o consumismo, com os estereótipos e as semióticas dominantes criando espaços para outras identidades. Os encontros com os pares, as leituras, os filmes e outros movimentos da vida estremecem o território e novas saídas são reivindicadas. Esses movimentos consistiram em reorganizar os espaços, os diferentes materiais, os tempos, os lugares com a intencionalidade de ampliar as possibilidades dos profissionais, das crianças e das famílias. Parte-se do pressuposto que trabalhamos com interlocutores competentes e com uma criança viva, que inventa e reinventa a partir das possibilidades. O objetivo do trabalho é discutir essa experiência como possibilidades de pensar os espaços a partir da noção de fluxos (CERVI, 2013), o que significa pensá-los com movimentos para criar, qualificar, inventar, reinventar buscando torná-los significativos para os coletivos (crianças, profissionais e famílias) que organizam e reorganizam os tempos e espaços da/com as crianças.